quarta-feira, 13 de julho de 2016

EM FÉRIAS OU DE FÉRIAS?


Como é bom estar de férias! Espera aí, estar de férias ou em férias?
As duas formas estão corretas, porém tome cuidado. Quando o substantivo férias vier acompanhado de adjetivo, obrigatoriamente se deve usar estar em férias.
Ex: A empresa entrará em férias coletivas em dezembro.
       Estou em férias remuneradas.

Lembre-se também que férias é um substantivo plural, não existe singular. Como fazer para diferenciar o "número" de férias? Utilize período.
Só tenho direito a um período de férias.
Tenho direito a dois períodos de férias.

terça-feira, 12 de julho de 2016

TODO DIA OU TODO O DIA? TODO MUNDO OU TODO O MUNDO?


Essa é uma dúvida frequente entre falantes da nossa língua. Devemos ou não usar o pronome definido antes do substantivo em construções como essa?
O mais importante em uma língua é o bom senso - nossa língua está sempre em evolução - e evitar ambiguidades, facilitar a compreensão.
Todo mundo - no sentido de todas as pessoas - é uma expressão que vem sendo utilizada há algum tempo, por isso deve ser utilizada sem medo; todo o mundo possui o mesmo sentido. Consultando os gramáticos, a maioria aceita normalmente o uso de todo mundo, no entanto há os que torcem o nariz e dizem preferir o uso de todo o mundo. 
Recorro novamente ao mestre Drummond, em seu poema Explicação - da década de 1930. Se Drummond já usava, qual gramático poderá questionar o uso?

Explicação

Meu verso é minha consolação. 
Meu verso é minha cachaça. Todo mundo tem sua cachaça. 
Para beber, copo de cristal, canequinha de folha-de-flandres, 
folha de taioba, pouco importa: tudo serve.
(...) (grifo meu)

Portanto, podemos usar todo mundo ou todo o mundo.

Já o uso de todo dia ou todo o dia é diferente.
Todo dia tem sentido de todos os dias, todo = cada. Ex: Todo dia tenho que trabalhar nisso. (um dia após o outro, mas não necessariamente o dia inteiro)
Todo o dia tem sentido de o dia inteiro. Ex: Todo o dia tenho que trabalhar nisso. (o tempo todo do dia, mas não necessariamente todos os dias)



terça-feira, 14 de junho de 2016

ESQUECERAM DE MIM OU ESQUECERAM-SE DE MIM?


O filme Home Alone, em Portugal, ganhou o título Sozinho em casa. No Brasil, recebeu o infeliz título Esqueceram de mim. Não considero infeliz pela tradução, mas pela regência do verbo esquecer, erro grotesco.
O verbo esquecer, quando pronominal, é transitivo indireto, ou seja, vem acompanhado de preposição. Já, quando não é pronominal, o verbo é transitivo direto. Então o correto seria:
Esqueceram-se de mim ou Esqueceram-me, nunca Esqueceram de mim.

É correto dizer:
Esqueceram-se das palavras ou Esqueceram as palavras.
Esqueci-me do livro em casa ou Esqueci o livro em casa.

É incorreto dizer:
Esqueceram das palavras ou Eles esqueceram-se as palavras
Esqueci do livro em casa ou Esqueci-me o livro em casa.

domingo, 5 de junho de 2016

PRONOMES POSSESSIVOS - USO INADEQUADO





A norma-padrão da língua condena o uso de pronomes possessivos em alguns casos:

– antes da palavra casa (residência) quando se referir ao sujeito da oração.

Ex: Eu não estava em minha casa.

      O poeta seguiu para sua casa após a bela noite.

– Antes de palavras que se referem a partes do corpo do sujeito da oração.

Ex: Torci o meu pé enquanto corria.

       Chorei muito quando sofri o acidente e bati a minha cabeça.


Importante: as orações abaixo estão corretas.

Segui para sua casa após o show. (o pronome é indispensável, pois não se refere à casa do sujeito da oração)


Acabei machucando seu pé. (a parte do corpo não pertence ao sujeito da oração)

sexta-feira, 27 de maio de 2016

DAR À LUZ OU DAR A LUZ?


 Assistindo a um telejornal hoje, vi a chamada: Mulher dá a luz a uma filha de 8 kg na Índia.
Dar é VTDI (verbo transitivo direto e indireto), exige OD (Objeto Direto, sem preposição) e OI (Objeto Indireto, com preposição).
As perguntas são dar o quê? A quem? A filha à luz ou a luz à filha?
A expressão dar à luz, significa algo como dar o(a) filho(a) à luz do mundo.
Portanto, a frase correta é:
Deu à luz uma filha. (Deu o quê? Uma filha. A quem? À luz).
Também estão corretas:
Deu uma filha à luz.
Deu à luz o filho amado.
Deu à luz um lindo bebê.

Não é a mãe que dá a vida ao bebê, mas dá o bebê à vida no momento do parto.

Importante:
A frase pode ganhar outro sentido se luz estiver no sentido de conhecimento:
O professor deu luz à aluna. (Deu o quê? Luz. A quem? À aluna)
Ou então se significar literalmente luz (claridade).
Ela estava no escuro, então o pai chegou e deu luz à menina. (Deu o quê? Luz. A quem? À menina).

sábado, 21 de maio de 2016

CÂMPUS OU CAMPUS? CATORZE OU QUATORZE? XÉROX OU XEROX?


     Hoje, todo mundo é dono da razão, e com a língua portuguesa não é diferente. Há pessoas que parecem sentir um prazer imenso em corrigir os outros. No entanto, há palavras que aceitam duas alternativas de pronúncia e/ou escrita. Vejamos alguns exemplos:
     - assoalho ou soalho;
     - abdome ou abdômen;
     - bile ou bílis;
     - câmpus, campi, campus (no caso de campus – singular – e campi – plural – deve-se sempre escrever em itálico ou entre aspas, pois são palavras latinas);
     - catorze ou quatorze;
     - garçom ou garção;
     - germe ou gérmen;
     - hidrelétrica ou hidroelétrica;
     - humo ou húmus;
     - infarto ou enfarte (infarte é incorreto);
     - nuança ou nuance;
     - porcentagem ou percentagem;
     - quadriênio ou quatriênio;
     - quociente ou cociente;
     - vitrina ou vitrine;
     - xerox ou xérox (se você fala como paroxítona, deve-se acentuar; como oxítona, não).

     Que cada um faça a sua opção!


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

ANÁLISE DO POEMA A CATEDRAL - ALPHONSUS DE GUIMARÃES

A Catedral – Alphonsus de Guimarães
Entre brumas, ao longe, surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.

E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a benção de Jesus.

E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O céu e todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem acoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"


Alphonsus de Guimarães é um poeta simbolista brasileiro, para que possamos analisar seu poema, vamos às características do simbolismo.
Subjetivismo;
Linguagem vaga, fluida, que preza pela sugestão;
Cultivo de formas fixas para o poema, especialmente do soneto;
Antimaterialismo;
Misticismo, religiosidade;
Pessimismo, dor de existir;
Retomada de elementos do Romantismo;
Abundância de metáforas e figuras sonoras;
Ênfase no imaginário e na fantasia;
Musicalidade;
Obsessão pelo branco;
Símbolos.
Entre brumas, ao longe, surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
O poema se inicia com uma espécie de visão, entre a neblina surge a aurora (pode ser vista como o período que anterior ao amanhecer, ou então como infância, início). Observa-se neste trecho algumas características do Simbolismo. O sonho, representado pelas brumas, a aurora surgindo ao longe, a visão é transparente, mas não tão clara. Há também a obsessão pelo branco presente. Surge outro símbolo, representado pelo arrebol, a cor vermelha, que está morrendo.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.
A confirmação de que se trata realmente de um sonho, um símbolo surge, uma catedral branca. A cor branca representa a pureza. A catedral representa algo sagrado. Mas que catedral branca é essa que aparece toda branca de luz na paz do céu risonho? Essa catedral é uma moça virgem, pura. Pode também ser vista como o nascimento dela.
E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
A musicalidade é nítida nesse trecho, imitação do som de um sino. Observe que esse trecho se repetirá durante o poema com pequenas alterações. Aqui o sino canta triste, como se o trouxesse à realidade. Pobre Alphonsus.
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a benção de Jesus.
O tempo vai passando, movimento do sol, e a catedral (mulher) recebe a benção de Jesus – pode ser visto como batismo. Outra característica do Simbolismo, a religiosidade. Também se pode pensar na mudança de fase da vida, tornar-se mulher.
E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Aqui o sino já não canta mais, grita. O pessimismo se faz cada vez mais presente.
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
Segue o tempo, marcado por símbolos. A religiosidade continua presente. O céu agora está tristonho. A mulher, branca de luar. A lua é o símbolo dos românticos. No simbolismo, há valorização de características românticas. A mulher continua pura.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Agora o sino chora.
O céu e todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem acoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
A dor, pode-se notar aqui a morte da amada. O céu agora está medonho.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

Um bom poema pode ser analisado de várias maneiras. Espero ter ajudado.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

ANÁLISE DO ROMANCE SENHORA - JOSÉ DE ALENCAR

Senhora faz parte da tríade de romances urbanos de José de Alencar – Lucíola, Diva e Senhora. Possui algumas semelhanças com Lucíola.
Aurélia Camargo é uma jovem pobre. É apaixonada por Fernando Seixas, um rapaz também pobre e interesseiro que a deixa por ela não ter posses.
O romance é dividido em quatro partes:
* O preço: Neste, Aurélia Camargo aparece como uma nova estrela da sociedade fluminense. Uma moça prendada, inteligente, bonita, que recebera uma grande herança. Todos os homens do Rio de Janeiro desejam aquela bela mulher, mas ela os ignora, pois carrega consigo a vontade de se vingar de seu grande amor, Fernando Seixas; para isso, ela pede a seu tio que compre o rapaz. Fernando aceita sem saber que a mulher que o está comprando é a mesma Aurélia que cortejara. A primeira parte termina na noite de núpcias, com a constatação de que ela é uma mulher traída e ele um homem vendido.
* Quitação: Esta parte começa com um flash back. É apresentada a história de Emília Camargo, a mãe de Aurélia, que, quando moça, apaixonara-se por Pedro de Souza Camargo, estudante muito rico, filho de um grande fazendeiro. Do casamento destes, em segredo, nasceu Aurélia, o avô desta não aceitou tal união. Pedro volta a viver perto do pai, mas morre em pouco tempo, deixando dois filhos com Emília: Emílio e Aurélia. O irmão de Aurélia morre jovem, deixando as mulheres da família desamparadas. Emília também falece, deixando Aurélia sozinha.
* Posse: é o momento em que Aurélia toma posse de seu bem, ou seja, o marido, Fernando Seixas. Nesta parte, vê-se a punição que ela emprega a ele. Aurélia mostra-se durante a maior parte do tempo muito forte, porém, em alguns momentos não consegue esconder que ainda ama o rapaz.
* Resgate: Aurélia apresenta nesta comportamento contraditório, pois ora age com muito furor em sua vingança, ora se apresenta arrependida de seus atos. O resgate se dá quando há total arrependimento de ambos. Fernando paga por seu resgate com juros, ganha sua liberdade e em troca se prende ao amor de Aurélia.


PERSONAGENS PRINCIPAIS
Aurélia Camargo: É a personagem principal, a melhor personagem de José de Alencar e uma das melhores do romantismo.
Fernando Seixas: Forma um dos casais mais conhecidos da literatura brasileira com Aurélia.
Sr. Lemos: tio de Aurélia, velho oportunista que sempre tentou tirar proveito da sobrinha, primeiro da sua beleza, depois da sua riqueza.
Emília Camargo: mãe de Aurélia, mulher que morreu na pobreza. Representa a autêntica personagem romântica.
Pedro de Sousa Camargo: pai de Aurélia, amava demasiadamente a esposa, porém fora impedido de viver este amor.
Lourenço de Sousa Camargo: pai de Pedro. Grande fazendeiro. Impediu o filho de viver seu amor, pois não concordava que ele vivesse com uma mulher pobre. Reconhece a neta a tempo de fazê-la sua herdeira.
D. Firmina: Velha viúva que acompanhava Aurélia. Era uma espécie de escudeira da jovem.



FOCO NARRATIVO
O romance é narrado em 3ª pessoa. O narrador é onisciente e onipresente, pois antecipa os fatos, sabe o que se passa na cabeça dos personagens, está em todos os lugares.
Por isso mesmo considerava ela o ouro um vil metal que rebaixava os homens; e no íntimo sentia-se profundamente humilhada pensando que para toda essa gente que a cercava, ela, a sua pessoa, não merecia uma só das bajulações que tributavam a cada um de seus mil contos de réis. ALENCAR, 1993; p. 16).


O ROMANTISMO NA OBRA
Uma das principais características do romantismo se vê presente na comparação entre mulheres e flores, mostrando fragilidade. “Vocês, mulheres, têm isso de comum com as flores, que umas são filhas de sombra e abrem com a noite, e outras são filhas da luz e carecem de sol.” (ALENCAR, 1993; p. 38).
“No meio das ondulações de seda, parecia não ser ela quem avançava; mas os outros que vinham a seu encontro(...)” (ALENCAR, 1993; p. 63). Nota-se aqui, grande exaltação à beleza feminina. Aurélia é descrita como uma mulher deslumbrante.
Aurélia Camargo é apresentada como uma deusa, uma verdadeira heroína romântica. “Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.” (ALENCAR, 1993; p. 15). Assim se inicia o romance, estas são as primeiras palavras, primeiro Alencar nos faz imaginar uma estrela, depois diz quem essa é.
Senhora não é uma obra nacionalista como Iracema ou O Guarani, no entanto não deixa de exaltar as belezas do Brasil. Seixas deixa claro que Recife é muito mais bonita que Veneza, mesmo admitindo não conhecer essa cidade italiana.
Não conheço Veneza; mas pelo que sei dela, não posso compreender que se compare um acervo de mármore levantado sobre o lodo das restingas, com as lindas várzeas do Capiberibe, toucadas de seus verdes coqueirais, a cuja sombra a campina e o mar se abraçam carinhosamente. (ALENCAR, 1993, p. 65).
“Emília cobriu-se do luto que não despiu senão para trocá-lo pela mortalha. Mais negro porém e mais triste do que o vestido era o dó de sua alma, onde jamais brotou um sorriso.” (ALENCAR, 1993; p. 89). Assim que soube da morte de seu marido, a mãe de Aurélia vestiu-se de negro e jamais sorriu. Percebe-se grande sentimentalismo e amor único. O verdadeiro romântico se negava a viver um novo amor, pois este brotava em seu coração uma única vez na vida. O exagero no sentimentalismo também se vê presente no trecho seguinte: “Aurélia amava mais seu amor do que seu amante; era mais poeta do que mulher; preferia o ideal ao homem.” (ALENCAR, 1993; p. 108). O amor era mais importante que o instrumento que o levava a este. O importante na vida era viver um grande amor, viver uma vida sem amar era significado de uma vida fracassada.
Aurélia foi bem educada, era boa menina. Seixas não era diferente. Durante o caminho cometeram erros, nenhum destes muito grave, arrependeram-se e por isso foram merecedores de um final feliz, eis a principal característica do romantismo: a felicidade para o bom, o sofrimento e o castigo para o mau.
A personagem principal do romance tem muitos traços de Eugênia Grandet, personagem de Honoré de Balzac, como a personagem francesa, era independente, não dependia de um homem, era autossuficiente.
Era realmente para causar pasmo aos estranhos e susto a um tutor, a perspicácia com que essa moça de 18 anos apreciava as questões mais complicadas; o perfeito conhecimento que mostrava dos negócios, e a facilidade com que fazia, muitas vezes de memória, qualquer operação aritmética por muito difícil e intrincada que fosse. (ALENCAR, 1993; p. 28).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nota-se que a obra apresente traços realistas. É uma antecipação da nova escola que se estava para surgir, Balzac, um dos grandes inspiradores de Alencar, foi um dos antecipadores do realismo francês, no entanto, Alencar ainda estava preso aos ideais românticos.
Apesar de o romance apresentar traços inovadores, não pode ser considerado realista, pois o moralismo ainda está presente, além do final puramente romântico. Seixas não parece nem um pouco romântico no início da narrativa, mas com o decorrer desta, percebe-se que ele sempre foi apaixonado por Aurélia. Ela, por sua vez, também tenta bancar a durona em busca de sua vingança, mas fracassa por ver seu amor falar mais alto. O romance deixa bem claro que ambos são bons cidadãos, por isso merecem a felicidade. A obra seria realista se Seixas se deixasse vender, mas isso não acontece; ou se Aurélia não se arrependesse de seus atos no final. Portanto pode-se afirmar que a obra é romântica, digna de final feliz.


REFERÊNCIAS
ALENCAR, José de. Senhora: perfil de mulher. 2 ed. São Paulo: FTD, 1993.

BALZAC, Honoré de. Eugênia Grandet. São Paulo: Martim Claret, 2006.