“Relaxo com um livro e
explodo correndo.”
Essa frase está em meu
perfil do google e gerou discussão. O certo não seria eu expludo? Esse verbo
não é defectivo?
Consultei vários gramáticos
para verificar se errei ou acertei.
Bom, primeiramente tenho que
dizer que nem os gramáticos se entendem.
O mestre Drummond escreveu: “-
Daqui vocês não me tiram – respondeu-lhes a bomba. – O primeiro que me tocar,
eu explodo. Talvez este tempo de
verbo não exista, mas pouco estou ligando à gramática de vocês. À gramática e
ao resto. Estou farta! Farta!” (trecho da crônica A Fugitiva)
O verbo explodir é
tradicionalmente considerado defectivo, não apresenta todas as conjugações
(como os verbos abolir, falir, ruir...). No entanto, não é o que dizem muitos
gramáticos.
No dicionário Houaiss
encontramos: 1ª pessoa do presente do indicativo = explodo.
Em sua versão eletrônica, o
Aurélio afirma que o verbo explodir é defectivo, porém afirma que na língua
corrente é normal o uso de explodo.
Napoleão Mendes de Almeida
(não aconselho esse gramático por ser muito tradicionalista) afirma que o verbo
explodir é defectivo e não se conjuga na primeira pessoa do singular do
presente do indicativo.
Cegalla e Sacconi pensam como
Napoleão e sugerem que se use o verbo estourar para substituir explodir. Sacconi
ainda afirma: “Embora a gramática tradicional estabeleça essa regra, a língua
cotidiana tem consagrado este verbo na sua conjugação completa, usando expludo como a primeira pessoa do
singular do presente do indicativo, tendo cobrir como paradigma.”
Evanildo Bechara, maior
gramático brasileiro vivo, afirma: “Muitos verbos apontados outrora como
defectivos são hoje conjugados integralmente: agir, advir, compelir (...)”
E então qual a sua opinião?
Entendo que a língua está
sempre evoluindo. Língua que não muda é língua morta. Se o uso de explodo é
corrente, e até Drummond o usou, então fico com esta opção. Como expludo também
é usado, principalmente em Portugal, as duas opções estão corretas.
Professor Sidclei Nagasawa
"Um tanto preocupada com minha invisibilidade. Qqer hora me explodo (ou será expludo?) e ninguém recolhe os meus pedaços..."
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